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Previamente para que não haja confusão aos nossos leitores “as vacinas não são falhas” e estão cumprindo com seu papel de nos proteger contra doenças graves, hospitalização e morte – e, quando tomadas numa sequência de três doses, reduzem os riscos e a duração da infecção. Mas é preciso compreender que sua extensão na cobertura deve ser maior em âmbito global, visto que, até o momento, apenas 58% da população mundial conseguiu receber uma única injeção. Coletivamente, esses bilhões de não vacinados oferecem ao vírus oportunidades incalculáveis para testar infinitamente suas estratégias evolutivas de sobrevivência.n
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Assim os esforços nacionais esbarram num contexto muito mais complexo e cheio de incertezas em relação a quando realmente estaremos livres da pandemia. Alguns já assumem a inviabilidade de erradicar o vírus devido à existência de muitos hospedeiros e sua capacidade de mutação, criando novas cepas, compreendendo que uma nova variante transmissível cria um novo risco social.n
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Contudo, o mais provável é aceitar que o coronavírus possa se caracterizar como um contágio endêmico, ou seja, em um contexto com imunidade e infecções num estado estável. Agora é preciso entender quais as melhores medidas para alcançar esse panorama, e é aqui que está o “pulo do gato”. Além de completar o máximo possível na imunização do mundo, se acredita em vacinações periódicas e em medicamentos antivirais para redução do quadro grave da infecção.n
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Os pesquisadores argumentam que estamos atrasados em explicar às pessoas o que a endemicidade realmente representa. “Deveríamos estar tentando, desde o início, ensinar as pessoas a fazer cálculos de risco e redução de danos”, diz Amesh Adalja, médico e acadêmico sênior do Centro de Segurança da Saúde da Universidade Johns Hopkins.n
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Para muitos cientistas o trabalho agora é tornar a Covid-19 uma doença muito mais gerenciável, oferecendo à sociedade inúmeras ferramentas de combate e garantindo que as informações sejam acessíveis e concomitantes com políticas públicas eficientes. Esperamos de maneira otimista que 2022 acelere o processo de vacinação e assim possamos transformar de fato a pandemia numa endemia ainda neste ano.