Por que o termo “flurona” é inadequado?

Por que o termo “flurona” é inadequado?

Combinações entre os nomes de diferentes doenças pode gerar confusão e causar desespero desnecessário na população

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O termo “flurona” ficou rapidamente conhecido por fazer referência a um quadro de dupla infecção simultânea por Covid-19 e gripe. Flurona é a junção dos termos flu, (gripe, em inglês) e rona (referência a “corona”, ou coronavírus) e foi amplamente divulgado pela imprensa e também nas redes sociais. No entanto, especialistas alertam que o termo é inadequado e acaba gerando mais confusão e até mesmo ansiedade na população que acaba interpretando esse cenário equivocadamente.

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O biólogo e pesquisador brasileiro Anderson Brito, que possui mestrado em Microbiologia pela Universidade de São Paulo (USP) e doutorado em Biologia Computacional pelo Imperial College London, ressalta a importância de esclarecer o termo “flurona”. Ele afirma que “não existe um vírus híbrido da gripe/Covid-19 e que infecções simultâneas por vírus que se disseminam juntos são normais, porém indesejáveis”. Anderson reitera que os chamados “termos criativos” como “flurona” e “deltaplus” são inadequados e acabam piorando, de maneira desnecessária, um cenário que já é preocupante. “Em saúde pública, quanto mais nos atermos aos conceitos e termos oficiais, menos ruídos e interpretações equivocadas geramos”, pontua.

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Outro que segue a mesma linha é o infectologista Alberto Chebabo, da Dasa. Segundo ele, “o nome flurona é péssimo e nem deveria ser usado. Não se trata de uma doença nova ou de um vírus diferente”, afirma. Além disso, Chebabo, que também é é diretor do Hospital Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), indica a necessidade de uma avaliação mais aprofundada para avaliar os riscos. “Pelo que se sabe até agora, estamos falando de uma detecção conjunta de dois vírus (o influenza, causador da gripe e o coronavírus, causador da Covid-19) e não há evidências de que isso leve a um aumento de casos graves”, ressalta.

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Cenário de dupla infecção não é inédito

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Casos de coinfecção como o de coronavírus e influenza não são novidades na medicina, mas necessitam de testes para serem diagnosticados. ,Um estudo do The Journal of the American Medical Association (JAMA), um periódico médico, detectou uma taxa de aproximadamente 20%.

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Chebabo lembra que, no caso específico de infecções respiratórias, é comum detectar a presença de mais de um patógeno em ação ao mesmo tempo, especialmente em crianças com idade escolar que são acometidas pelo resfriado. “Já vimos situações em que três vírus foram detectados. Mas sempre fica a dúvida se todos eles estão causando a infecção ou se apenas um está agindo e os outros estão só presentes ali”, aponta.

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Fontes:

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,https://twitter.com/AndersonBrito_/status/1478046157230297088?s=20

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,https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/bbc/2022/01/07/flurona-por-que-pegar-gripe-e-covid-ao-mesmo-tempo-nao-e-necessariamente-mais-grave.htm

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