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A pandemia da Covid-19 voltou a assustar o Brasil em janeiro de 2022, assim como o resto do mundo. A nova variante ômicron trouxe novos picos de contágio, acompanhados do aumento de vítimas fatais. Na primeira semana de fevereiro, houve um aumento de média de 131% na média de mortes em comparação aos 15 dias anteriores. A quantidade de mortos em alguns dias do mês ultrapassou a faixa de mil, voltando ao patamar de agosto de 2021.
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De acordo com os médicos, até março, a quantidade de mortes deve seguir um patamar elevado. A comunidade científica enumera alguns fatores que explicam a volta dos números elevados: a variante ômicron, a vacinação não completa de uma parte da população e o relaxamento das medidas de proteção.
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Embora seja menos agressiva, a variante ômicron possui alta transmissão, o que eleva a quantidade de infecções. É o que explica o crescimento dos óbitos, explica o presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), César Fernandes.
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“O aumento de casos foi explosivo”, resume.
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O infectologista Tufi Chalita atribuiu essa explosão não apenas à falta de vacinação completa mas também ao relaxamento quanto aos protocolos sanitários.
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“Uma razão é a falta da vacinação ou a falta da dose de reforço no quarto mês após a segunda dose. E a segunda é a liberação novamente das pessoas, que voltaram a se reunir sem os cuidados necessários: máscaras e higienes de mãos”, afirma.
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Os casos mais graves são registrados onde há uma densidade populacional maior, assim como idosos, pacientes com comorbidades e não vacinados, esclarece o médico infectologista Marcelo Daher.
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O carnaval no final de fevereiro deverá contribuir para a curva ascendente das estatísticas. Isso porque, apesar do carnaval oficial ter sido cancelado pelas prefeituras brasileiras, festas privadas e viagens certamente irão ocorrer pelo país afora.
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A gestão da pandemia da parte dos governos também acaba contribuindo para o problema. A própria AMB realizou pesquisa que mostrou que 72% dos entrevistados reprovam a atuação no Ministério da Saúde na condução do combate à pandemia e quase 50% reprovam os gestores estaduais e municipais.