Fake news nas redes sociais levam à hesitação vacinal

Fake news nas redes sociais levam à hesitação vacinal

Estudo com seis mil pessoas nos países lusófonos revela que os homens estressados e acima de 30 anos são os que mais se recusam a se vacinar contra a Covid-19

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Homem, maior de 30 anos e estressado. Esse é o perfil mais comum entre aqueles que recusam a vacinação contra a Covid-19 nos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). A conclusão é de uma pesquisa conduzida por pesquisadores portugueses, brasileiros e angolanos com 6.843 pessoas, entre maio e agosto de 2020. Desse total, 21,1% não tinham intenção de se vacinar.

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Entre todos os hesitantes em se vacinar, 21,9% apresentavam sintomas de estresse, sendo a maioria do sexo masculino. Foram ouvidos cidadãos do Brasil, Portugal, Angola, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe.

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De acordo com os cientistas, o que explica a hesitação vacinal masculina está na cultura e na educação orientada para mostrar força, virilidade e saúde perfeita.

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Devido aos resultados do estudo, o Instituto de Higiene e Medicina Tropical e Universidade Nova de Lisboa chamou atenção para a influência das chamadas fake news na eficácia da imunização contra o novo coronavírus nos países lusófonos.

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Informações falsas nas redes sociais reforçam ideias falsas sobre a vacina

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Os autores da pesquisa “Determinantes da hesitação vacinal em relação à covid-19 em países de língua portuguesa” ainda chamam atenção para a influência das redes sociais. De acordo com eles, as mídias sociais “contribuem para a criação de bolhas afetivo-informacionais de desinformação guiadas por uma lógica algorítmica”, em que as pessoas procuram informações que “reforcem os seus preconceitos e aliviem os seus medos e tensões, mesmo que sejam baseadas em erros”.

“A desinformação e disseminação massiva de informações falsas, teorias de conspiração e rumores sobre as vacinas [contra a] Covid-19, além da polarização política, estão entre os principais fatores que preocupam os países, mesmo antes do início da vacinação, e fortalecem direta e indiretamente a hesitação vacinal, contribuindo para o alcance tardio da imunidade coletiva”, alerta o Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa.

Do total das pessoas que não querem se imunizar contra a Covid-19, 22,4% têm nível superior de escolaridade. Os lusófonos mais jovens se mostram mais dispostos e confiantes no processo sanitário da imunização: 84,5% daqueles com idade entre 18 e 29 anos se mostraram favoráveis às vacinas.

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O relatório final da pesquisa concluiu que a taxa global de hesitação vacinal foi de 21%, com consideráveis variações entre os países da CPLP. Entre todos os países lusófonos, o Brasil registrou a maior quantidade de vítimas mortais (mais do que 600 mil óbitos). Portugal registrou 18.141 pessoas e Angola, 1.709. Moçambique, Cabo Verde, Guiné Equatorial, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe registraram, respectivamente, 1.929, 349, 163, 141 e 56 óbitos decorrentes da Covid-19.

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