Estudo espanhol mapeia medicamentos que podem reduzir letalidade da Covid-19

Estudo espanhol mapeia medicamentos que podem reduzir letalidade da Covid-19

“O estudo prevê que os glicocorticoides, como a dexametasona, devem ser eficazes no combate à mortalidade em pacientes com Covid-19, o que foi reconfortante porque, de fato, esses medicamentos, juntamente com outros, já estão sendo usados em hospitais para combater a morte por Covid-19”

Óscar Fernández-Capetillo, chefe do Grupo de Instabilidade Genômica do Centro Nacional de Investigações Oncológicas (CNIO)

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Glicocorticoides e corticosteroides foram incluídos na lista dos fármacos que devem ser eficazes em casos graves

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A comunidade científica segue em uma procura constante por medicamentos que possam diminuir o impacto das novas variantes da Covid-19, que já matou mais de 5,6 milhões de pessoas em todo o mundo. Na Espanha, um grupo de pesquisadores do Centro Nacional de Investigações Oncológicas (CNIO) aprofundou o tema ao mapear todos os compostos químicos citados de 2020 até agora, que tenham potencial para intervir em quadros graves de Covid.

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O mapeamento consta de um estudo realizado seguindo o método de revisão de literatura, pelo qual se analisa e se compila outros textos científicos já publicados, com modelagem matemática elaborada partir de simulações de computador. O foco das pesquisas é o grupo de pacientes que desenvolvem um quadro inflamatório excessivo em resposta à infecção pelo SARS-COV-2.

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O chefe do Grupo de Instabilidade Genômica, Óscar Fernández-Capetillo, explica que, quando há uma infecção, o organismo humano naturalmente reage, liberando um grupo de proteínas, as citocinas — responsáveis por gerar a resposta imune que vai combater o invasor do organismo. Porém, há casos em que o corpo se torna hiper-reativo em um quadro chamado de “tempestade de citocinas”.

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“Essa resposta é, muitas vezes, a causa da morte das pessoas afetadas pelo SARS-CoV-2, e não o próprio vírus”, afirma o cientista.

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Nesses pacientes, os medicamentos listados pelo grupo do CNIO podem agir como um antídoto.

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“Os tratamentos potenciais para a tempestade de citocinas de pacientes com Covid-19 incluíram terapias anti-inflamatórias de amplo espectro, como corticosteroides ou terapias mais direcionadas, como anticorpos anti-receptor de IL-6 (Tocilizumab)”, diz o artigo publicado em 31 de janeiro na revista Nature.

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Anti-inflamatórios são eficazes somente nas fases mais graves, lembra pesquisador

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O pesquisador espanhol comentou que o resultado foi reconfortante, pois incluiu entre as substâncias eficazes alguns dos remédios que já estão sendo usados no cotidiano das emergências em diversos países.

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“O estudo prevê que os glicocorticoides, como a dexametasona, devem ser eficazes no combate à mortalidade em pacientes com Covid-19, o que foi reconfortante porque, de fato, esses medicamentos, juntamente com outros, já estão sendo usados em hospitais para combater a morte por covid-19”, comentou Fernández-Capetillo.

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Qualquer terapia à base de anti-inflamatórios só pode ser eficaz na fase gravíssima da doença, observa o cientista, quando os pacientes estão internados e a resposta autoimune exagerada torna-se evidente para a equipe médica.

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O artigo também traz uma lista de substâncias que podem fazer mal aos pacientes, como classes de medicamentos que estimulam o sistema imunitário ou aumentam o quadro inflamatório generalizado. Em alguns casos pode haver interações com outros tratamentos, como contra o câncer e o diabetes.

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