Cientistas da África do Sul pedem apoio à pesquisa na luta contra a Covid

Cientistas da África do Sul pedem apoio à pesquisa na luta contra a Covid

Autoridades e pesquisadores também querem o fim do isolamento ao continente e distribuição menos desigual de vacinas

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Cientistas da África do Sul e de diversos países criticaram a medida adotada por alguns governos de restringir a entrada de voos do continente africano devido à nova variante da Covid-19. A Organização Mundial de Saúde (OMS) pediu que as decisões dos governos sejam guiadas pela ciência, sem a imposição de decisões intrusivas ou invasivas.

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“As restrições de viagem podem ter um papel em reduzir levemente a expansão da covid-19, mas impõem uma carga pesada nas vidas e nos meios de vida”, comunicou a OMS.

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Os cientistas do continente também reclamaram que tamanhas restrições de voos vão dificultar as pesquisas sobre a Ômicron. Fechar fronteiras para quem chega da África pode inclusive prejudicar o combate à nova cepa, alertam os médicos. O isolamento do continente tende a agravar a falta de equidade de vacinas, reclamam os pesquisadores locais.

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Melhorar o acesso aos insumos é a melhor forma de enfrentar a Ômicron, alertam os especialistas

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O diretor do Centro de Resposta a Epidemias e Inovação da África do Sul, o brasileiro Túlio de Oliveira, chamou atenção para a necessidade de proteger a população dos países africanos do coronavírus.nn “O mundo deve prover ajudar para a África do Sul e África, e não discriminá-los ou isolá-los! Protegendo e ajudando a região, nós vamos proteger o mundo! Um apelo aos bilionários e instituições financeiras”, afirmou.

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O diretor do UCL Genetics Institute, professor Francois Balloux, engrossa o coro. De acordo com ele, uma reação mundial “punitiva” pode provocar um efeito colateral em outros países do continente que também têm infectados pela nova variante. A melhor opção é “melhorar o acesso aos imunizantes de países mais pobres” para proteger a população mundial da aparição de novas variantes mais perigosas do vírus da Covid-19.

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A porta-voz da Aliança Africana para a Distribuição de Vacinas, Ayoade Olatunbosun-Alakija, dirigiu suas críticas à distribuição desigual dos imunizantes:

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“O surgimento dessa variante foi inevitável. Isso ocorreu devido à falta de vacinação e ao acúmulo de vacinas pelos países desenvolvidos”, ressaltou.

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A África do Sul é o primeiro país no qual foi detectada a Ômicron. De todos os casos identificados na nação, 76% já são causados pela variante. No entanto, novas evidências apontaram a presença da nova cepa na Europa anteriormente à sua identificação no continente africano.

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