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A expressão “fuga de cérebros” faz referência uma situação cada vez mais recorrente no Brasil, onde profissionais especializados em suas respectivas áreas de trabalho e dotados de um alto grau de conhecimento, migram para centros mais desenvolvidos que geralmente carecem de suas habilidades e proporcionam mais oportunidades laborais e uma melhor qualidade de vida. Olhando pela perspectiva do indivíduo, a mudança tende a ser benéfica, mas considerando as consequências para o país, que deixa de contar com o serviço de um profissional gabaritado e que muitas vezes é referência, o resultado está longe de ser positivo.
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De acordo com dados do Departamento de Imigração norte-americano, compilados por consultorias especializadas do setor, um movimento de fuga de cérebros do Brasil se intensificou nos dois primeiros anos de governo Bolsonaro. O número de pedidos de trabalhadores brasileiros considerados prioritários e de alta qualificação (cientistas, atletas ou altos executivos) por um visto de trabalho nos Estados Unidos chegou a 3.387 no ano passado, um aumento de 10,5% em relação a 2019 e o maior patamar em ao menos dez anos.
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Em 2019 e 2020, a busca pelo visto permanente dos tipos EB1 e EB2 cresceu 40%, na comparação com os anos de 2017 e 2018, e 135% na comparação com 2015 e 2016, quando o país estava em recessão. No entanto, na comparação com o resto do mundo, enquanto os pedidos de entrada no mercado de trabalho americano feito por brasileiros cresceram em 2020, a soma de solicitações feitas por todas as nacionalidades teve uma queda de 13%.
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Um dos exemplos da “fuga de cérebros” do Brasil e que se destaca em sua área de atuação é o professor e pesquisador Tulio de Oliveira, um dos responsáveis por sequenciar a variante Ômicron do Sars-CoV-2 na África do Sul, onde reside atualmente. Hoje professor de bioinformática na Universidade de Stellenbosch, Tulio iniciou a graduação em Ciências Biológicas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), mas concluiu os estudos na Universidade de KwaZulu-Natal (UKZN), na África do Sul. Chegou a lecionar na própria UKZN e também na Universidade de Washington, nos Estados Unidos.
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Por todo o seu trabalho, Tulio foi selecionado como um dos 10 cientistas mais influentes de 2021 pela revista científica Nature. A seleção, feita anualmente pelos editores da revista britânica, tem por objetivo destacar os indivíduos que mais contribuíram com a Ciência no ano. Além de professor, Tulio é diretor do Centro para Respostas e Inovação em Epidemias (CERI) na África do Sul e compartilhou os dados descobertos sobre a Ômicron com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
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Fontes:
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https://www.otempo.com.br/economia/fuga-de-cerebros-salta-40-sob-governo-bolsonaro-1.2496658
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